Este é o segundo prólogo do livro Luz da Minha Alma. Boa Leitura e até a publicação do livro completo.
PRÓLOGO DOIS
Me chamo Zihn, um dos guardiões da paz em
ORR. Meus antepassados vieram de Sirius, constelação evoluída em todos os
sentidos. Nasci e fui criado na constelação das Plêiades, voltada para a
disseminação de energia em formato de frequências de Luz. Zelamos pela ordem e
pela manutenção da Paz.
Somos muito diferentes dos plêidianos de ORR. A começar
por sermos mamíferos e nos comunicarmos pela palavra falada e escrita.
Desenvolvi a telepatia por ordem do posto que ocupo, mas confesso que não é
fácil e nem tranquilo.
Venho de uma família tradicional, patriarcal, formada por
pai, mãe e mais quatro irmãos, duas fêmeas e dois machos. Temos uma cor de pele
distinta, pois somos azuis, em honra genética aos nossos antepassados, que
cultuamos e reverenciamos com muito amor e carinho. Criado nesta família,
sempre achei estranho, quem habita ORR não ter família, mas faz parte da
diversidade do universo.
Desde cedo desenvolvi as habilidades da caça e da guarda,
do rastreio e da camuflagem. Isto acabou por me colocar no lugar que me
encontro hoje, chefe de um posto avançado de comando. Porém venho sentindo uma
estranha forma de tédio no meu interior. Aqui não acontece nada. Sempre fazemos
as mesmas coisas e como metade felino, quero emoção e surpresas.
No quadrante sobre minha responsabilidade, ouvi falar de
um novo Planeta, categoria em construção. Os seres de ORR falavam com muita
empolgação dele. Chegando mais tarde em casa, fui pesquisar e descobri que
falavam de um lugar que não é muito longe daqui, somente alguns anos-luz, mas
como viajamos na frequência dela, a distância não era problema. Não havia muita
informação disponível nos nossos arquivos.
Na manha seguinte, estava de folga, fui pesquisar na
biblioteca de ORR e descobri coisas muito interessantes. O lugar era
fantástico, com muita luz, verde, planícies, florestas, mares, o povo vivia na
superfície e ainda não tinham muita evolução tecnológica, mas isto não era
problema, pelo menos para mim. A modelagem externa era de mamíferos também,
porém 100% humanos. Guardavam muita semelhança com meu povo.
Distando uma semana em termos humanos, peço uma reunião
com meus superiores. A princípio estranham meu pedido, migrar para um Planeta
M? Não parecia loucura? Mas como não tinha formado nenhuma família, acreditaram
ser um impulso juvenil, mesmo com meus 190 anos, aqui vivemos muito tempo e
quando morremos, simplesmente dormimos.
A briga ia ser em casa. Como falar para o meu pai e minha
mãe que iria embora? Eu sabia que ninguém iria me acompanhar e que seria minha
primeira viagem entre Planetas, como experiência de vida. Já viu uma briga de
gatos? Imagina de felinos, mais tipo para leão do que gatinhos. Meu pai ficou
literalmente furioso, disse que eu precisava de uma companheira para sossegar,
minha mãe rugiu, chorou, implorou, mas eu estava muito certo da minha decisão.
No dia seguinte, vou para ORR, no lugar em que fazemos
este tipo de pedido. Nunca me canso de olhar, um lindo prédio, redondo, de luz
liquida, suas paredes parecem que destilam água, sustentado pela força do
pensamento, amarelo, do tipo por do sol. Minha fila é imensa, pois muitos
tiveram a mesma ideia. Nem todos vão para o planeta M, mas vão migrar. Olho para a outra fila e
também parece enorme. Os habitantes de ORR de todas as categorias também
tiveram a mesma ideia.
A fila anda rápida e logo chega minha vez. Um híbrido nos
atende, pois nem todos se comunicam por telepatia no meu povo, esta é uma habilidade
apreendida. Quando chega minha vez, noto a surpresa do híbrido, pois observa
meu posto de trabalho declarado, mas também nota que tenho autorização dos meus
superiores. Como ele está numa escala hierárquica inferior, não questiona.
Simplesmente emite a autorização. Preciso gravá-la no meu DNA, este é meu
passaporte.
Embarcamos em naves intergaláticas para realizarmos
nossa migração. Viajamos na velocidade da luz, na sua frequência, afinal fomos
nós, plêidianos, que criamos a dobra e a possibilidade de utilizar o
hiperespaço. Na plataforma de lançamento, muitas naves aguardam seus ocupantes.
Vejo o número da minha e não vejo ninguém para se despedir de mim, isto deve
ser a vingança da minha família pela minha atitude. Sei que as atitudes tomadas nos definem e traçam nosso destino.
Despeço-me do meu lar, da minha Lua, do meu lugar e embarco. Aqui começa minha
história.